quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cadeira 46-Abel, o primeiro mártir da terra

CADEIRA 46 – ABEL, O PRIMEIRO MÁRTIR DA TERRA:


Abel foi o segundo filho de Adão e Eva, e nasceu quando eles já não mais moravam no Paraíso. O primogênito do casal foi Caim. Ao crescer, Caim, tornou-se lavrador e Abel pastor de ovelhas. Em hebraico, a palavra “Caim” significa “Aquisição”. Em aramaico significa: “Algo Produzido”.  Em hebraico, a palavra “Abel” significa “Exaltação”, e em aramaico significa: “Vaidade”. O nascimento de ambos está descrito em Gênesis 4.1,2.

Ainda rapazes, Caim e Abel resolveram oferecer um holocausto ao Senhor Deus, como remissão de pecados. Abel trouxe o primogênito dos seus cordeiros, o melhor dos seus rebanhos para o sacrifício, enquanto Caim trouxe frutos da terra. Antigamente, a remissão de pecados exigia derramamento de sangue. Desta forma, a oferta de Abel era a correta, enquanto que a de Caim era totalmente incorreta, e não aceitável a Deus. Assim, Deus recebeu a oferta de Abel. Porém, recusou a de Caim. E, isso o deixou furioso com Deus e com inveja de seu irmão Abel (Gênesis 4.3-7).

Dominado pela ira e pela inveja, Caim planejou assassinar o seu irmão caçula. Encontrou-o trabalhando no campo e o matou. Depois, ao ser inquirido por Deus quanto ao paradeiro de seu irmão, Caim respondeu com evasivas, tentando enganar ao próprio Deus. Em razão disso, foi amaldiçoado pelo Senhor e mandado para terras distantes do Jardim do Éden, de onde era vizinho (Gênesis 4.8-12). Ao ser mandado embora daquela região, Caim argumentou com Deus de que estaria à mercê de qualquer um dos seus parentes que o encontrassem, ou até mesmo de estrangeiros, vez que qualquer um deles poderia matá-lo impunemente. Para evitar isso, Deus determinou que “aquele que matasse Caim, sete vezes seria castigado”. E, colocou um sinal em Caim, para que o não ferisse quem o encontrasse (Gênesis 4.13-15). Tempos depois, Adão e Eva tiveram o terceiro filho varão, que foi chamado de Sete. Em hebraico, “Sete” significa “Compensação”. E, em aramaico significa “Renovo”. Também nasceram de Adão e de Eva algumas filhas, as quais não foram denominadas pela Bíblia Sagrada (Gênesis 4.16,17; 5.4).

Quanto a Caim, ao sair daquela terra, foi habitar num lugar chamado Node, na banda oriental do Jardim do Éden. Passados alguns anos, a família de Adão crescera bastante. Havia muitos adultos entre os filhos de Adão e de Eva e dos descendentes de Sete, agora o varão (caçula) de Adão, após a morte de Abel e do exílio de Caim. Posteriormente, Caim veio a casar-se e a ser pai de Enoque. Depois, Caim construiu uma cidade, a qual deu o nome de seu filho: “Cidade de Enoque”. Porém, a Bíblia Sagrada não esclarece se a esposa de Caim, mãe de Enoque, foi uma de suas irmãs (filha de Adão e de Eva), ou uma de suas sobrinhas, filha de seu irmão Sete (Gênesis 4.16,17).

Assim, na história dos irmãos Abel e Caim há o registro do primeiro homicídio ocorrido na terra, tendo Abel sido a vítima e Caim seu algoz. Em razão disso, Caim (o primogênito) deixou de ser o herdeiro da linhagem messiânica, que o levaria a ser um dos ascendentes de Jesus Cristo. Como se não bastasse, ao matar seu irmão Abel, também o excluiu dessa linhagem, que se transferiu para Sete. A linhagem de Sete até Noé encontra-se no texto de 1º Crônicas 1.1-4. Noé gerou três filhos: Sem, Cão e Jafé. A linhagem messiânica teve sua continuação através de Sem (o primogênito de Noé). Vai até Abraão e está registrada no texto de 1º Crônicas 1.4, 17-27.

Por sua vez, Abraão gerou oito filhos: Ismael (o primogênito), filho de Agar, a escrava egípcia, sua concubina. Treze anos depois gerou Isaque, filho de sua legítima esposa: Sara. Depois de viúvo, teve seis filhos com sua nova esposa (Quetura), que foram: Zinrã; Jocsã; Medã; Midã; Isbaque e Suá. Esses foram os ancestrais de várias nações que se instalaram  ao norte da Arábia, e ao sul e ao leste da Palestina (Gênesis 25.1-4). Ismael tornou-se o patriarca das nações árabes. E a linhagem messiânica teve prosseguimento através de Isaque (o filho da promessa), que foi pai de dois filhos (Esaú e Jacó), e segue até Judá, um dos filhos de Jacó (1º Crônicas  1.27, 28, 34).

Jacó (segundo filho de Isaque) foi pai de doze filhos varões, além de várias filhas (entre elas Diná). Os filhos varões foram: Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Dã, Naftali, Gade, Aser, José e Benjamim (1º Crônicas 2.1). Esses foram os patriarcas que formaram as 12 tribos de Israel. Em razão dos pecados cometidos pelos três primeiros filhos de Jacó, a escolha para dar continuidade à linhagem messiânica recaiu sobre Judá, o quarto filho de Jacó. Jesus Cristo é descendente da tribo israelita de Judá.

Assim, Judá foi pai de sete filhos: Er, onã, Selá, Perez, Zerá, Farés e Zará.  (Gênesis 46.12 / Mateus 1-3). Recaiu sobre Farés (filho de Tamar) a linhagem que levaria a Jesus. Assim, a linhagem de Judá (através de Farés) vai até Jessé (pai do rei Davi), passando por Esrom, Arão, Abinadabe, Naasom, Salmom, Acabe, Boaz, Obede (filha de Rute) e Jessé (Mateus 1.3-5). De Davi vai até Jeconias (Mateus 1.6-11). De Jeconias vai até José, marido de Maria e pai de Jesus (Mateus 1.12-16).

Desta forma, temos os seguintes números: do Jardim do Éden até o Dilúvio passaram-se 1.656 anos. De Noé ao nascimento de Jesus foram mais 2.348 anos, totalizando 4.004. Observemos ainda que no período compreendido entre Abraão (o pai da fé) até Jesus Cristo passaram-se 42 gerações, da seguinte forma: De Abrão a Davi foram 14 gerações. De Davi à conquista de Israel pela Babilônia foram mais 14 gerações. Da conquista de Israel até o nascimento de Jesus Cristo foram mais 14 gerações (Mateus 1.17).



Dr. Venâncio Josiel dos Santos–Presidente da AELA/MS